Tatuagem não é vista mais como um tabu

Desde os primitivos até os dias de hoje, a tatuagem evolui abrange agora a todas as idades


A tatuagem existe há mais de 3500 anos, quando era utilizada com uma forma de expressão e personalidade de indivíduos de comunidades tribais (união de pessoas com as mesmas características sociais e religiosas). Os homens primitivos usavam a tatuagem para marcar fatos do dia-a-dia e suas vidas biológica e social como nascimento, casamento, puberdade, reprodução, entre outros.
Porém, foi na década de 90 que a tatuagem foi desmistificada e passou a ser moda, mas ainda sim existiam preconceitos de relacionar a arte na pele como um símbolo de marginalidade.
Mas hoje, a tatuagem é um assunto que liga toda a sociedade, todas as classes e, principalmente, todas as idades, sendo ela feita como moda, estilo, forma de expressão ou simplesmente um acessório estético fixo a pele.
A higiene e os procedimentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado estimulou mais ainda a profissão dos tatuadores. “Tatuar não é copiar desenhos, tudo depende de um estudo de estilo, de linguagem e de técnicas”, afirma o tatuador de São Carlos, Sérgio Leli. Segundo ele, até um ano atrás tatuagem era algo parcialmente ilegal e a Anvisa “caiu em cima” e ditou como deve se trabalhar como tatuador , bem como obter os registros das tintas, das agulhas e de todos os instrumentos utilizados para tatuar uma pele. As tatuagens são feitas com pigmentos importados e nacionais de origem mineral e necessitam de agulhas específicas, sempre descartáveis e nunca reutilizadas.
“ Existiram marcas de tintas importadas que vieram ao Brasil e não possuía critérios. Cada pigmento era uma coisa e ficava diferente na pele, alem de causar alergias. Por isso hoje, a tatuagem está muito mais segura para ser feita, após às obrigações da Anvisa”, afirma o tatuador. Para ele, São Carlos há cinco anos tinha no máximo dois tatuadores e hoje, existem mais de 15.
Além desses quesitos, fatores como a idade e a Lei RDC 153 de 14 de junho de 2004, que determina os procedimentos hemoterápicos a pessoas que querem doar sangue com menos de um ano de tatuagem, não podem doar sangue nesse prazo. “Seguimos a lei e ao regulamento, portanto a pessoa que quer doar sangue, é entrevistada para saber sobre suas condições de doação. Portanto quem tem piercing e tatuagem devem esperar no máximo um ano para doar”, afirma a coordenadora do Banco de Sangue de São Carlos, Vanessa Freitas Takakura. O motivo da precaução é devido à suposta origem e os procedimentos que foram tomados quanto à realização dessa tatuagem.
Os menores de idade também devem ter autorização em mãos e corpo presente de um responsável legal. “Proibir tatuagem para um adolescente de 14 anos, por exemplo, é correto, pois a tendência de se arrepender quando adulto é muito grande. Portanto, menor de idade só com autorização. Diferente de um piercing que se o menor não fizer em um local seguro, ele fará em qualquer lugar, até na sala de aula”, explica Leli a respeito da lei implantada pelo Deputado Estadual Campos Machado, que proíbe menores de 18 anos a fazerem piercing e tatuagem sem autorização.
Quanto aos preços, eles variam de acordo com a mão de obra. “Algumas são enormes e bem complexas, portanto demora dias para sua conclusão. Outras são grandes, porém simples, essas serão mais baratas. Portanto o preço varia com o trabalho e nem sempre pelo tamanho”, disse Leli.
Com a desmistificação da tatuagem e as leis vigentes que cobram dos estúdios de tatuagem qualidade e higiene, atualmente até idosos estão entrando na “onda”. “Eles se sentem realizados quando saem do estúdio e, logo após, os amigos, também de idade querem fazer uma”, conclui o tatuador. Segundo ele, tatuagem mexe com a auto-estima do ser humano e, por isso, ela hoje abrange a todas as idades e a toda sociedade.



Fotos Branca Bueno